novembro 28, 2007

fechada

It's closed.
It's done. I did shut the window. but not the glass.
It's shut and I'm leaving.
i'll change the bed too.
let me go.
don't be rude.
don't be what you've not expected.
cause "I have honored your request for silence
And you've washed your hands clean of this"


fechado. a janela.
fechei. nao o vidro.
fechei e estou de saída da casa.
trocarei também a cama.

novembro 27, 2007

Va a sanar

Sinto muito por coisas erradas.
A gata entra na minha janela quando quer. E sem pedir licença.
Sobressalto.
Ela vai-se.
Mando-a embora.
Sinto pena de tê-lo feito.
Sinto falta dela.
Antes assim.?.
Sinto demais por coisas erradas.
Ela que procure outra janela pra adentrar.
Outra casa pra se proteger.
Nao quero sentir.
Nao quero a gata.
Nao quero sentir falta dela.
Nao quero sentir muito.
Mesmo com a janela fechada.
Nao a veneziana. O vidro.
Se a gata quiser
olhar pelo vidro.
Puff away!

novembro 23, 2007

levantou-se


Levantou-se, empurrada pelo calor do quarto e o sol do lado de fora fazendo as pessoas pedirem perdão, pronunciando todas, atordoadas, todas ao mesmo tempo, a palavra sono. Ela, sibilava forte, o que fremia em desvelo os corpos presos aos carros da cidade em redor. Nervosos porém, ninguém devolvia o assobio agudo. (O mínimo que poderiam fazer!)
Sim, levantou-se então e mesmo assim. Ela deveria deixar o mínimo, de desespero. Por que continuar se sabia que o barulho do suposto telefone seria mais alto que todos os sibilos de sono morto, induzido por coliformes fetais em água da rede de distribuição e manutenção biológica, instituição esta honradamente montada a fim de assegurar a segurança e o conforto dos cidadãos pagantes, como diziam solícitos os jornais.
Não havia como se desvencilhar. O resto não importava. Estava posta iminente como um dejá-vu ainda desconhecido. Hora certa. No despertador. Escolhido reflexo. Dois passos em direção à pia da cozinha.
Pega em ato um invasor curioso e meticuloso. Espanto! Ainda mais arguto que as racionalizações às quais se colocava diariamente. Meticulosidade de pelo, de unha. Espertamente ciente de sua condição, olha furtivo pra ela, a controladora daquelas paredes em pé, e sai num curisco.

Ela, já plenamente envolvida de necessidade e urgência, sai atrás,
desapoiada das paredes. Pequenos passos fora e pára, sentindo não mais seguir algo em movimento. Passado o susto, em meio a ínfimos segundos, sagaz calma suspensa, se encaram: uma gata e ela.
A gata, simplesmente olha fundo, pula libertinamente sutil pra cima do muro e, em seu infalível andar, se aproxima da moça do quarto quente e escuro, sem descuidar do olhar fixo e insuperável. A gata no muro do longo corredor, onde embaixo, estava a menina do quarto, fitando. Olhares e ares de cumplicidade e desejo.
Foi o começo e o fim de uma afinidade perigosa. E a garota nao voltou pro quarto por um bom tempo.