novembro 19, 2008

puxe a cadeira

.

[foto de Tiago Elídio]
.

sente,
sente o espinho
da vida evaporar,
o sente
cair ao mar,
ausente

.

De um amigo




Cadê a lua gorda sobre nós?
cadê você, encapetada,
que é meu anjo da guarda?
Você, alada
sapeca, fazendo piada...
(KIKO)

estudante

(para Letícia C.)

psicologia na esquina,
esquina da espinha dorsal
destrinchando os gestos, abismal,
em busca do que nao faça mal
?!

outubro 08, 2008

fronte perversa

.

Entorna seus lábios cálidos e graves na pedra pálida.
Ciranda que impele sem consternaçao a tépida luz do dia afora.
Sentença. Do laranja ao roxo.
Você se lembra que cores lindas eram pra gente,
querer (de) devaneio, estanque de querelas?
Sente, descolado, o néctar das orquídeas. Enorme toque. Desenho flexível. Aroma poroso.
Veuillez patienter.





.
granular,
fulgura,
espirituoso
e esperançoso,
sem meias,
palavras no chinelo.
o som eclode corado
e aflora o ar,
de fora dos pulmões ardentes
arrebatando a alcunha árdua,
desfigurando a face temerosa e afogada;
estupendo,
most of all.

outubro 04, 2008

Da nudez













Seu nome, seu sexo, seu gesto, seu nexo Fome do que em mim não some, consome, nevrálgica e perplexa, sua intensidade violenta e completa...


outubro 01, 2008

o tempo faz falta

.



o tempo faz falta
foi o que pensou
antes que a luz
se apagasse
e a tela
se acendesse
e antes que
o filme projetasse
nao as imagens esperadas
enredadas sem tempo
passado ou futuro
(só um presente de ninguém)
mas sim as fantasias acabadas
levadas para a memória
para serem esquecidas.
há quanto tempo nao ia
ao cinema...
quanto imaginou entre
um apagar e acender
de luzes
quanto
reinventou
a vida
nas histórias
de outros
quanto nao foi
com ela
observar o mover
de vidas
quanto tempo foi?
quanto tempo faz?
de repente se perguntou
faz o tempo de uma outra vida
sem filme na tela
faz isso
deve ser esse o tempo
foi o que
resmungou consigo
é, fez falta
(mais falta que tudo?)
ia comentar
só que
quando viu
faltava alguém na cadeira
ao lado.







.

reencontro



- O seu cabelo escureceu e encurtou nesse tempo...
Me fala como foram esses anos em que nao nos vimos...
Foi o que ele disse.
E pensou ela:
"Vontade de fazer xixi é o que menos se pode controlar nessa vida."
E cada segundo trazia mais um raio de suor, que nada aliviava.

- O seu cabelo encurtou nesse tempo...
Foi o que ele disse
Pensou ela

Red Morning









Red morning
mas agora
se espantava
uma das folhas caiu no chão
e lá ficou
o resto saiu pro dia







agosto 07, 2008

ela anda na balança



salamandra espantada entorta a planta tacada na varanda. se manca e se manda, saindo de banda, e compra uma fanta laranja com lata gigante na Tailândia. ao mesmo tempo se sacudia, balançava as pernas, sem agonia, sentada na cisterna, sorria. uma garrafa de vinho "gazela" no canto da janela interna aberta sobre a tela inteira. feita de canela e beringela, sem tigela,
peneira, guarda na geladeira.
aborda a cozinheira.



julho 02, 2008

a glimmer and a glimpse

as palavras sangraram pra sair hj, e assim foi, frágeis e coaguladas de dificuldade, q elas piscaram no ar fora da minha boca, com uma fragilidade perceptível q assusta. nem tudo é explicável, é isso q mais pulsa. e quando sangra é quando mais tateio nessa busca indulgente e racional. nessa tentativa q nao sei o quanto necessária é. quando a mente está longe do corpo, cada um em um, sem saber que precisam um do outro. quando os nervos gritam sem saber verbalizar q os olhos distantes fazem do corpo presente pra quem estiver perto e quiser colo e cuidar e olhar com sorrisos silenciosos. (primeiro movimento)
here is a song, when you love, and you are afraid of this kind of feeling...
(31 mars)