agosto 15, 2007

eu me iludibriando...


Tenho um causo novo. Uma menina distraída e um pouco desastrada passou para visitar e espirrar um pouco de água da chuva em sua, digamos, lover-coisa-do-tipo, e tentar sentir seu cheiro nas folhas de papel penduradas no varal da varanda.. nisso, encontrou um papel amarelado se limpando de um pouco de pó. Resolveu, curiosa, atentar para o desbotado daquilo, mas sem se empoeirar também. Percebeu assustada, em uma olhada nada transversal ou paralela, um detalhe inesperado e lúgubre, que figurava nas entranhas, entre as fibras do papel, quase podendo sentindo as peles mortas da pessoa que em algum momento indiferente se apoiara ali para que se escrevessem, talvez, sonetos improvisados..
Nesse momento mínimo sentiu uma dor lancinante recoberta por um langor libertino injuriado e desejavelmente injustificada. Espirrou, sacudiu a poeira, atirou o papel longe - com um pequeno rasgo incontrolado na ponta - seja lá o que fosse aquilo e continuou o passeio pelo circo do castelo.
Nessa caminhada longínqua, resolveu que se lavaria de saliva e não mais procuraria papéis amarelados como aquele, porque achava, notoriamente sublimado, que tivera alergia a essas procuras humanas e inúteis!

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