junho 24, 2009

O caos tête-à-tête

27.12.2008

Toda de papai Noel

Vestida

Para o gosto

Dos mais caretas

Toda linda

No Natal

Sem sal

Pão e vinho

Sobre a mesa

Recostada na toalha

Ouve o sermão

Da avó

Que em nenhum ouvido

Faz sentido

Risadas sem graça

A calçada sobra

Lá fora

o sono esgota

nos copos com álcool

de cada presente

surpresa?

Cadê a sobremesa?

A essa altura

O estômago empanturrado

Arrota

Se volta

A revolta

Revira-e-volta

Dá meia volta

Pede escolta

Olha o peru assado

Nada

Sozinho se molda

Nem suporta

Tiro nas costas

De senhoras

Mal cheirosas

Nervosas e preconceituosas

Soldados expostos

Rostos cortados

No relógio

Não há volta

Gigante senhora

De retórica assombrosa

Sem resposta

Enmuda

Mas não esquece

A tragicomédia

Da selva

Novelas de espanto

Inibem prantos

Em festa trabalho e pão

Em sentinelas da reserva

Infestam todas as festas

Como se pregassem peças

E o que resta

Se piora esbarra

Nos últimos minutos

Para a salvadora

Comemorações de fim

De ano

Em ano

A cada

Uma

Que cala

A boca e mente

Invente um foguete

Feito de sorvete

Com destino à marte

Em expedição

Sem deserção

Nem obrigação

De comoção

Ou colchão

Dessa gig sem razão


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