27.12.2008
Toda de papai Noel
Vestida
Para o gosto
Dos mais caretas
Toda linda
No Natal
Sem sal
Pão e vinho
Sobre a mesa
Recostada na toalha
Ouve o sermão
Da avó
Que em nenhum ouvido
Faz sentido
Risadas sem graça
A calçada sobra
Lá fora
o sono esgota
nos copos com álcool
de cada presente
surpresa?
Cadê a sobremesa?
A essa altura
O estômago empanturrado
Arrota
Se volta
A revolta
Revira-e-volta
Dá meia volta
Pede escolta
Olha o peru assado
Nada
Sozinho se molda
Nem suporta
Tiro nas costas
De senhoras
Mal cheirosas
Nervosas e preconceituosas
Soldados expostos
Rostos cortados
No relógio
Não há volta
Gigante senhora
De retórica assombrosa
Sem resposta
Enmuda
Mas não esquece
A tragicomédia
Da selva
Novelas de espanto
Inibem prantos
Em festa trabalho e pão
Em sentinelas da reserva
Infestam todas as festas
Como se pregassem peças
E o que resta
Se piora esbarra
Nos últimos minutos
Para a salvadora
Comemorações de fim
De ano
Em ano
A cada
Uma
Que cala
A boca e mente
Invente um foguete
Feito de sorvete
Com destino à marte
Em expedição
Sem deserção
Nem obrigação
De comoção
Ou colchão
Dessa gig sem razão
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