junho 24, 2009

Sussurro


(inspirado em Saramago, Objecto Quase)


Vai, mesmo exaurida, em ação, digamos, que altruísta, não propriamente de despedida de algum tipo de tentativa purista, não, mais para turista, com um quê de anarquista. Pois bem, chega na sala de espera e, sendo solícita, faz o pedido para a analista. Esta, após longa lista, dá a notícia já anteriormente prevista: não seria atendida, pois, por ânsia e ignorância, passiva, não aterroriza. Avisa, como quem aterriza, que, tempos atrás, porém ainda nessa vida, havia ingerido remédio hoje proibido. Infelicidade que se dá por conta da nossa medicina, que a mídia contagia, com esperanças em embalagens longa-vida.

Não mais sofrida, busca, assumida, tomada pela adrenalina que vinga na subida: vai praquela mesma mídia que a todos resfria quando anuncia a aspirina.

Dessa vez não seria passiva, seria diferente, iria em frente com o que acredita que sente.

Simplesmente diria e, se preciso fosse, gritaria. Ainda por cima, silenciaria o que a todos entedia e azucrina. O que se ouviria se repetiria, até que um belo dia, não restaria dúvida alguma, e tudo estaria provado e comprovado, enquanto o que restasse, reprovado seria, por alarme falso.

Um comentário:

Comidinhas disse...

mesmo que Saramago não use vírgulas, e eu as tenha usado em demasia